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Um golo de Cardozo, apontado à passagem da meia hora de jogo, deu ao Benfica o direito a sonhar com a liderança da Liga Sagres, mas Wesley, a dois minutos do fim da partida, cabeceou para o empate, depois de uma segunda parte em que os leixonenses mostraram os atributos que os levam a ser considerados, à passagem da 5.ª jornada da prova, a equipa-sensação. Um jogo marcado ainda pela lesão de Reyes, logo na fase inicial do mesmo.
Sem Reyes muito cedo
Apresentando Miguel Vítor, Carlos Martins e Cardozo no “onze” titular, Quique Flores não surpreendeu. O jovem formado nas camadas jovens benfiquistas substituiu Maxi Pereira (ao serviço da selecção uruguaia) no flanco direito da defesa, enquanto Carlos Martins actuou no lugar de Ruben Amorim (médio interior direito) e Cardozo recuperou o seu lugar no ataque, saindo Di María e recuando Nuno Gomes. No entanto, cedo a estratégia benfiquista sofreu um forte revés, pois o homem do pé quente – Reyes – teve de sair logo aos seis minutos, lesionado. Di María foi chamado, desta feita para actuar na canhota, precisamente no lugar até então ocupado pelo internacional espanhol.
Mas foi um canhoto brasileiro, e do lado contrário, a destacar-se na fase inicial da partida. Wesley, um dos bons valores de segunda linha da Liga Sagres, não só foi chamado por José Mota a travar as saídas de Carlos Martins para o ataque, como também estendeu o seu virtuosismo atacante um pouco por toda a linha ofensiva do Leixões, fornecendo alguns espaços pelos quais os rápidos Braga e Marques tentavam entrar, tendo a clara intenção de apanhar em contra-pé a subida defesa benfiquista.
De "Katso" para "Tacuara"
Bem sintonizado, o último reduto “encarnado” mostrou-se seguro, obrigando os opositores, com um início de jogo superior, a optarem pelos remates de longe. Respondeu, então, Quim, revelando reflexos em três lances diferentes, mas todos eles difíceis para o internacional luso: remates de Marcos (6’), Bruno Braga (9’) e Wesley (30’). Passada a tempestade leixonense, chegou a bom porto o futebol apoiado e agressivo fabricado por este Benfica. Poucos minutos depois de estabilizar jogo a meio-campo e de, confiante, dar início ao importante desdobramento ofensivo entre Carlos Martins, Yebda, Di María e Nuno Gomes (Katsouranis, a trinco, e Cardozo, como homem mais avançado, mais posicionais), chegou ao golo, o Benfica.
Um lance nascido num pontapé de canto e que, antes de levar ao rubro a claque benfiquista, gerou muita polémica, pois a bola foi desviada pela mão (intencional) de Marques. Quem não perdeu tempo a protestar foi Katsouranis que, da mesma forma como isolara Reyes no primeiro golo ante o Nápoles, virou jogo à direita e viu Cardozo, na cara de Beto, aplicar um foguete de, imagine-se, pé direito. E assim, cirurgicamente, chegava o Benfica à vantagem, vendo premiado o equilíbrio com que se apresentara ante uma equipa que também ela lutava pela liderança da Liga Sagres.
Cardozo, novamente ele, obrigou Beto a grande defesa logo na primeira jogada da etapa complementar. Quase sem ângulo, o paraguaio acreditou no seu poder de tiro e quase foi feliz. Estava dado o mote para uma segunda parte de emoções. Bola cá, bola lá, ambas as equipas mantiveram a intensidade e o ritmo, revelando pedigree táctico e postura competitiva. Daí que o futebol fosse bom e corrido, ainda que com poucas oportunidades de golo. O Leixões, por intermédio de Laranjeiro, aos 54’, num livre directo descaído para a esquerda, motivou o momento de maior tensão, obrigando Quim a uma defesa tremenda. José Mota aproveitou para enviar uma mensagem para dentro de campo: era altura de atacar.
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Forcing leixonense
Assim, o experiente técnico lançou Zé Manuel para a linha esquerda, abrindo o jogo da equipa. Respondeu Quique, fornecendo maior apoio a Miguel Vítor, mercê da entrada de Ruben Amorim. Mota não se fez rogado ao repto e reforçou o pendor atacante pelas laterais, desta feita com Diogo Valente. Um Leixões a dar o tudo por tudo nos 20 minutos finais, perante um Benfica bem organizado e à espreita de lançar o contra-ataque. Assim se delineavam as linhas que faziam o desenho final da partida.
Muito o Leixões porfiou na fase final do jogo, submetendo o Benfica a uma pressão que Quique Flores queria evitar, mas tornou-se complicado à turma “encarnada” sair a jogar nas transições ofensivas, acabando por ficar refém de um qualquer lance de bola parada, única forma de os leixonenses poderem atingir os seus objectivos. Tal surgiu a dois minutos do fim, num canto da direita ao qual Wesley respondeu com um forte cabeceamento. Um amargo de boca para um Benfica que, apesar de se apresentar sempre muito concentrado, não conseguiu aproveitar os espaços dados pelo Leixões na sua defesa para, na etapa complementar, matar o jogo. A liderança esteve tão perto…
In: SLBenfica.pt
Leixões: Beto; Vasco Fernandes, Nuno Silva, Élvis e Laranjeiro. Roberto Souza, Bruno China e Hugo Morais; Braga, Wesley e Marques.
Ainda jogaram: Zé Manel (Laranjeiro, 57min), Diogo Valente (Marques, 68min) Paulo Tavares (Vasco Fernandes, 81min).
Golos: Wesley (88min).
Cartões Amarelos: Bruno China (70min)
Cartões Vermelhos: nada a assinalar.
Benfica: Quim; Miguel Vítor, Sidnei, Luisão e Jorge Ribeiro; Carlos Martins, Yebda, Katsouranis e Reyes; Nuno Gomes e Cardozo.
Ainda jogaram: Di María (Reyes, 8min), Ruben Amorim (Carlos Martins, 66min) e Binya (Nuno Gomes, 81min).
Golos: Cardozo (33min).
Cartões Amarelos: Katsouranis (60min), Quim (85min).
Cartões Vermelhos: nada a assinalar.
"Numa fase em que Quique Flores já pensava oem obter a vantagem, o jovem internacional português foi chamado para fechar o corredor direito. (2)", In: Record
"Entrou para dar mais consistência ao meio-campo, mas esteve longe de o conseguir. Escondido à direita (... não parece ter velocidade para jogar nessa posição), tentou a sua sorte na parte final do desafio, mas o remate foi inofensivo. (4)", In: O Jogo
«Estamos a 2 pontos.
Campeonato é longo»
RUBEN AMORIM DEFENDE QUE A FORMAÇÃO ENCARNADA TEM REALIZADO UM BOM TRABALHO
Ruben Amorim reconheceu que o Benfica não esteve ao seu nível no Estádio do Mar. No entanto, rejeita que se ponha em causa todo o trabalho feito até ao momento.
"Não estivemos nos nossos melhores dias. Viemos de dois jogos muito bons, mas não estava tudo feito, havia muito trabalho a fazer. De qualquer maneira, não vamos fizer que o que está feito está mal", refere.
O jogador assumiu que a equipa tem que "continuar a trabalhar", mas não vê com pessimismo o empate obtido em Matosinhos. "Estamos a dois pontos da liderança, mas o campeonato é muito longo."
«Não estivemos nos melhores dias. Viemos de dois jogos muito bons...»
CONSCIÊNCIA TRANQUILA
Questionado sobre se ficou surpreendido com a atitude dos leixonenses, o médio encarnado disse que os encarnados estavam "à espera deste Leixões". No entanto, assumiu que não foi obtido outro resultado também um pouco por caulpa própria.
"Foi um jogo em que não conseguimos import o nosso futebol. Acontece. Por vezes não sai como desejamos, mas se tivermos atitude temos a consciência tranquila. Vamos estudar bem este jogo, como fazemos sempre, e vamos melhorar de certeza", rematou.
In: Record