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O Benfica foi europeu no primeiro grande teste da Liga dos Campeões. Chegou para empatar com o Manchester United (1-1), não para ganhar. Mas também podia. Contas feitas, uma bela noite de «Champions» na Luz. Quase cheio o estádio, 63800 nas bancadas e grande ambiente.
Foi apenas a segunda vez que o Benfica não perdeu com o gigante inglês em toda a história, o que não é nada pouco. Em campo, um Benfica crescido, concentrado, e um United contido. Sinal de respeito, mas também coerente com a imagem do que se lhe viu fora de casa na última Liga dos Campeões. Podia ter sido mais o United, claro, mas não é só culpa sua.
Alex Ferguson deu logo de início sinal de que a ideia era gerir. O United tem jogo com o Chelsea no domingo e o treinador optou na Luz por uma equipa de compromisso. Lindegaard na baliza, Anderson, Nani e Chicharito no banco. Ferdinand já tinha ficado em Manchester, com queixas. Em alternativa, a aposta na experiência de Giggs ou Park.
Jorge Jesus, por sua vez, jogou na contenção. Ruben Amorim entrou no «onze», para um meio-campo mais seguro, no regresso de Aimar e com Saviola no banco.
Os «reds» não entraram na Luz dispostos a assumir muito o jogo. Mesmo assim, tinham mais bola. O Benfica tentava manter a pressão sobre o adversário com a bola, sair a jogar era difícil.
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O primeiro remate aconteceu aos 9 minutos e foi do United, Valência chutou muito por cima. Tentava mais o Benfica, diga-se tentava Gaitán. Aos 15m rematou de longe, a bola passou por cima da trave, três minutos mais tarde chutou ao lado.
O Benfica precisava de encontrar um atalho, e Gaitán descobriu-o aos 24m. Cá de trás, um grande passe do argentino fez a bola atravessar linhas e chegar a Cardozo. O paraguaio dominou em rotação, sob pressão de Evans, e rematou para bater Lindegaard. Um grande golo, a Luz feliz como nos grandes momentos.
Era obra. O primeiro golo sofrido pelo United em seis jogos na Liga dos Campeões, para deixar uma ideia.
Do banco, Jesus dava indicações para que a equipa mantivesse a concentração. O Benfica precisava de mais do mesmo, esse equilíbrio tão difícil de manter. Tentou, tentou segurar o United antes que a coisa se complicasse. E continuou a tentar chegar à área. Ganhou mais três cantos (o United só teve o primeiro ao cair do pano da primeira parte).
Mas depois, foi Giggs. Ele que, com a idade, apurou processos. A qualidade já todos a conhecemos. Agora, junta-lhe maior capacidade de gerir o esforço, correr só quando é preciso. Correu quanto baste aos 42 minutos, a cruzamento de Valência. Ganhou a bola, flectiu para o meio e rematou forte. 1-1, um belo golo também e o United fazia tudo voltar ao início, mesmo antes do intervalo.
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O Benfica conseguia equilibrar um jogo desigual à partida, mas o United não perdia o controlo. Ao intervalo, as estatísticas davam 62 por cento de posse de bola aos ingleses, contra 38 do Benfica.
No regresso, o jogo voltou mais partido, já se notava algum cansaço. Era preciso mudar e Jesus foi o primeiro a mexer: fez entrar Nolito, para o lugar de Ruben Amorim.
Aos 64m, o pé de Artur evitou o segundo golo do United, o segundo de Giggs. Mais uma vez pelo centro, o galês acelerou e rematou forte. O guarda-redes do Benfica defendeu no limite.
O Benfica respondeu. Aimar já acusava o desgaste, mas ainda teve uma bela jogada para dar. Uma combinação com Gaitán em que a bola sobrou para Cardozo, que chutou forte, para defesa de Lindegaard.
Alex Ferguson reagiu. E com artilharia pesada. De uma assentada, fez entrar Nani e Chicharito. Faltavam pouco mais de 20 minutos para o final. Ferguson ainda fez entrar também Phil Jones, no Benfica Jesus tirou Aimar e colocou em campo Matic.
O Manchester United tentou, mas não conseguiu. O Benfica resistiu, e conseguiu. Até podia ter conseguido algo mais: naquela jogada de Nolito aos 87m, naquele muito long-shot de Cardozo. Ficou assim. Nada decidido, nada em causa, mas mais motivos para sorrir na Luz.
In: Maisfutebol
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Benfica: Artur Moraes; Maxi Pereira, Luisão, Garay, Emerson; Javi García, Axek Witsel; Ruben Amorim, Pablo Aimar, Gaitán; Cardozo.
Ainda jogaram: Nolito (Ruben Amorim, 56min), Matic (Pablo Aimar, 75min), Bruno César (Gaitán, 90min)
Golos: Cardozo (24min).
Cartões Amarelos: Pablo Aimar (39min), Maxi Pereira (61min), Gaitán (70min).
Cartões Vermelhos: -
Manchester Utd: Lindegaard; Fábio, Smalling, Evans, Patrice Evra; Darren Fletcher, Michael Carrick, Ryan Giggs; Valencia, Rooney, Ji-Sung Park.
Ainda jogaram: Javier Hernandez (Darren Fletcher, 69min), Nani (Valencia, 69min), Phil Jones (Fábio, 78min).
Golos: Ryan Giggs (42min).
Cartões Amarelos: Rooney (27min), Michael Carrick (65min).
Cartões Vermelhos: -
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Record (2)
É um dos homens de confiança do treinador, mas ontem Jesus fez-lhe uma maldade ao lançá-lo num jogo de tanta pressão e com tão poucos minutos jogados (189'). E ele foi-se atrapalhando, até ser subtituído.
O Jogo (5)
Não justificou o lugar no onze. Sem a velocidade que se exigia a um jogo desta natureza, controlou, ainda assim, razoavelmente, as acções de Evra.
Ruben Amorim, jogador do Benfica, depois do empate com o Manchester United (1-1), na primeira jornada da Liga dos Campeões.
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(Sobre a titularidade) «Trabalho sempre para jogar e ser titular. É compreensível que as pessoas fiquem surpreendidas, porque jogo habitualmente a defesa-direito, mas já joguei no meio-campo, e penso que cumpri. Vim de uma lesão complicada, mas vi a titularidade com tranquilidade.»
(Sobre o resultado) «Vamos ver, temos mais jogos que não vão ser fáceis, nem para o Benfica nem para o Manchester United. É importante vencer fora e ganhar todos os jogos em casa.»
(Sobre o que mudou no Benfica em relação à época passada) «Nota-se mais experiência na equipa para estes jogos. Depois da aprendizagem no ano passado, vamos tentar fazer melhor.»